quarta-feira, 9 de novembro de 2011


Sorrir sem sal.
(Ricardo Duque)

Vivemos na sociedade do mal-estar, isto é fato!
Talvez diga isso de nosso arroto de cada dia,
Talvez isso diga de nosso vomito de vez em quando?
Intolerância, medo, fragilidade,
Ingredientes necessários para se mostrar agressivo.
A lógica da culpa é  o coitado, é claro, escuro e etc.
A casca é simplesmente o convencimento para qual o teatro,
Se aninhar no conforto da própria covardia.
-Até! 
-Quando?

Divã
(Ricardo Duque)

É deitado que a lagrima desce horizontal ao rosto.
Com sabor salgado do passado presente,
Que na boca destrona a mascara ao olho ausente,
Causando-me todo este desgosto.

Não sei quem sou?  Ser asujeitado.
Subjetivado de gente que mente,
Claudicante enquanto doente,
Assim me fizeram crer que a vida é ser coitado.

Não! Chega de ser triste enquanto ato.
Não é meu esse significante maldito,
Que por tantos a mim foram nos gritos,
A palavra que acreditei ser de fato.

09/11/11


Disfarce
(Ricardo Duque)

Interessante com se esconde o desejo.
 Se disfarça de raiva como quem rejeita,
O estranho que se parece tanto com nós.
Também como quem brinca, de amizade que dói
Às vezes quando fala de outro alguém.
Ah paixão patética, patologicamente apaixonada!
Que viva sua infância ou sua raiva,
Mas não deixe nunca de sonhar com amor.
09/11/11


Laço
(Ricardo Duque)

Se não és feliz ao meu lado,
Logo não será comigo que serás infeliz.
Leva a pedra que é tua,
E carrega teu sacrifício, penitencia,
Como se fosse uma oração de cada dia
Antes e depois de dormir.
Dormindo na cama com o teu fantasma...
E levantando como zumbi.
Faz da tua saudade uma religião,
Que não se esquece, obedece.
Tens todo o direito, é teu.
Mas retira de meu caminho a tua pedra,
Não faço parte de teu passado sem mim.
Embora agora sendo passado,
Levando comigo o seixo que guardo no bolso da saudade
Apanhado no lago da vida, que se escolhem as pedras!
01/11/2011